sábado, 22 de dezembro de 2012
terça-feira, 20 de novembro de 2012
a voz do anjo
As Palavras de um anjo
Não as ouvi
Nem tu
O ruido intenso
Não deixa ouvir
Não ouvem
Nem sentem
Parecem máquinas andantes
Sem qualquer valor
Nem tão pouco se sentem
Homens
Ausentes
de amor
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Tu sabes...
Nesta pequena coisa
Mais coisa é dita
Dita é coisa sobre coisa
Coisa que não leva
A coisa alguma
E passamos a vida a dizer coisas
Coisas essas
Que
Nunca deviam ser ditas
Aquelas coisas….
Que coisam
E quando as dizemos
Tornam-se mal ditas
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
E Tu? escrito de fresco:)
Pinto o verão
na parede do meu quarto
o sol já está aqui à
espreita
sorri delira ri
pisca o olho
parece gente
os seus longos braços luminosos
abraçam tudo de uma vez
desejam desvendar um
segredo
que a Lua
deixou ao anoitecer
no recanto do quarto
há um beijo perdido
uma
lágrima que seca
desenhando a sua
forma no chão
escuto aquela
melodia
que
só o silêncio traz
Solto um verso uma poesia
que um
poeta deixou para trás
e tu ?
encontras pedaços de sombra
fazes a luz acontecer
nesta vida que é incerta
sábado, 10 de novembro de 2012
:)
Olha o vento
Que por aqui
passou
Trouxe um
segredo
Nunca o
desvendou
Trouxe as
folhas do outono
Dançando ao
seu compasso
Trouxe uma
mensagem de amor
Perdida num
terraço
Trouxe uma
lembrança
Um recado na
trança
Trouxe um
pedaço de sonho
No sorriso
duma criança
Anda...
Anda a passo de caracol
O pensamento
Comove
Salta como um sapo para a palavra
Como move
Mergulha num lago de cor viva
Cora
tal e qual o coração
Há quem o diga
Há quem o sinta
Há quem o siga
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Sonho de uma noite para um dia
Enquanto amanhece
Ainda dorme o sonho
No caos do tormento dos sentidos
Acorda
Bocejando ainda em circuitos fechados
Na veracidade do dia
Despe a emoção que a razão lhe dita
Mergulha na realidade distorcida
Da alucinação desmedida
De uma vida
esquecida
Sílvia Mota Lopes
domingo, 28 de outubro de 2012
In acabado
Findou o livro poético
Mas…
a poesia não
Apenas descansam as
palavras
Adormecidas cá dentro
Deixo-as sonhar…entretanto
no pensamento
amaduram
E quando despertarem
Vão voar
Voar
Do mesmo jeito que o
vento
Na brisa do entardecer
tocando de leve a
quem passa
e batendo forte
a quem não
quer ver
domingo, 21 de outubro de 2012
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
foto tirada um mês antes do seu falecimento...dedico este poema aos meus sogros
Vem de longe
O som do piano
Os dedos dançam
Delicadamente
Nas teclas de duas cores
Como por magia
Acatam a melodia
Não soa a dia
Mas a noite fria
Uma triste melodia
Com sabor a lágrimas
Com cheiro a saudade
Ao som do piano
Se espera
Um novo amanhecer
Um novo acordar
Um canto
O som do mar
O bálsamo do campo
O rubor de amar
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Rama que abana
Em tempo de outono
Queda-se a folha
Amarga-se a alma
Em tempos…
Crianças à solta no campo
Descalças respirando liberdade
Vivem agora em casas
Com janelas de arame
Respiram aos golinhos
Tal como os prédios na cidade
E pelas ruas vestidas de folhas
Andam encolhidos aos beijinhos
Os namorados sem idade
E os “velhos” logo de manhã
Matam o tempo
A jogar à sueca
Na sua sábia batota
Dizem um palavrão e soltam uma gargalhada
Porque o tempo pouco lhes diz
ou não lhes diz mesmo nada!
sábado, 29 de setembro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Abandonado
Pela rua
Arredando pé
Vejo um velho de rosto esfomeado
De mão morta pedindo esmola
Veste um corpo cansado e sujo
Todo ele imundo!
A sua barba preta e branca
Mostra um passado presente
Um futuro sem
esperança
Mas dança…
Quando vê o sorriso de uma criança
E sorri ao amor
E cheira uma flor
Porque já há algum tempo não cheira
E adormece
Porque esteve demasiado tempo acordado
E morre...
Porque ninguém quis que vivesse
Fala-se do tempo
Fala-se devagar
Emergem as palavras
Procurando um lugar para morar
Fala-se…do ar em movimento
Das ruas cobertas por
mantas de folhas malhadas
Das mágoas, dos desejos em malas guardadas
Dos pássaros que partiram para sul
Faz tempo…
Deixando vazios os
beirais
Sim… partiram os pardais
Não mais se ouviu aquelas melodias
Que enchiam as avenidas
Agora os fios de água desenham o chão
E envolvem-se com a textura da terra
Formam um quadro de natureza viva
Sobrepondo-se à morte
de uma rua deserta
Ainda são amenos os dias
Mas as noites dada vez mais frias
E a paz do tempo
Amadura
Na alma do poeta
domingo, 23 de setembro de 2012
Pede tu ao vento
Pede tu ao vento
já desisti de lhe falar
enlouquece por vezes
nada o faz parar
é triste e fria a noite
mas envolvente quando ele chega
e nos seus braços
embala-me docemente
fecho os olhos
para o sentir
o meu corpo cansado adormece
percorro lugares e gentes
que nunca vi
mas...ao mesmo tempo
num tempo que desconheço
já o vivi
já desisti de lhe falar
enlouquece por vezes
nada o faz parar
é triste e fria a noite
mas envolvente quando ele chega
e nos seus braços
embala-me docemente
fecho os olhos
para o sentir
o meu corpo cansado adormece
percorro lugares e gentes
que nunca vi
mas...ao mesmo tempo
num tempo que desconheço
já o vivi
sábado, 22 de setembro de 2012
Para um búzio do vento e searas de versos:)
Vou-te contar um segredo
Não é doce nem salgado
É leve como a pena de um pássaro
Tem cheirinho a sonhos
É como um abraço apertado
Na hora de chegar
É a magia acontecer
Num búzio do vento
Que nos faz sonhar
E pelas searas de versos
Lá podes encontrar
Poemas brilhantes
Mais que diamantes bailando no ar
É uma ideia acesa
É uma planta a crescer
É uma forma de vida
Que vimos nascer
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
S de Sílvia:)
Fiz um poema
Não fala
de ti
Nem da estrela
Que olha a sorrir lá do alto
Onde
mora
Fiz um poema
Não fala de
medo
Nem do pesadelo
Que à
noite me acorda
Fiz um poema
Que fala de
nós
Da felicidade
De não
estarmos sós
Fiz um poema
Que não chora
Apenas sorri
Aqui e
agora
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Poema revestido de pétalas
Aromatizas as vidas solitárias
Essas que habitam em casas sem janelas
E portas vedadas
Desbloqueias os desejos mais tenebrosos
Soltas a brisa da manhã
E a noite de quem por ti espera
Serás pássaro louco
Ou nascido há pouco
Que ainda não sabe voar
Poema… em silêncio espero
Sentada na berma
De olhos fechados
Para me salvares
E se não vieres ao meu encontro
Resta-me o outro ombro…
Para me reconfortar
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
É assim o Setembro
Uma ansiedade enorme
Visita-me de novo
É sempre assim em Setembro
Nem é chuva nem é
vento
Incerto é o tempo
Adormeço aos soluços
E acordo num sopro
Passa a hora
Passas tu
Estou incerta no momento
O tempo corre diferente
Sou eu
És tu
E um mar de gente
Setembro
É sempre assim …
Desde que me lembro!
sábado, 8 de setembro de 2012
A nossa cidade
A cidade veste-se de branco
as luzes são como estrelas
que sorriem ao acordar
Invade uma atmosfera iluminada
naquela que é a nossa cidade
de todas a mais bela
essa Bracara sem idade
Sílvia Mota Lopes
escrito de fresco:)
as luzes são como estrelas
que sorriem ao acordar
Invade uma atmosfera iluminada
naquela que é a nossa cidade
de todas a mais bela
essa Bracara sem idade
Sílvia Mota Lopes
escrito de fresco:)
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Onde apenas eu te vejo
Naquele lugar onde apenas eu te vejo
Pleno é o momento
Em que o beijo prolonga a calma
O silêncio despe o corpo vestido
Tecendo uma só pele
Encaixam os dedos
Mergulho no teu mais íntimo
A semente fecunda
Dançam as células extasiadas de prazer
Ausenta-se o pensamento
Persiste um único sentido
O sentido do ser
domingo, 29 de julho de 2012
sinto escrevo, escrevo sentindo para sentir
Escorre uma ou outra gota de suor
Cerro a boca apenas escrevo
Os dedos dançam freneticamente
Nas teclas do computador
Sinto não penso
Porque se penso muito deixo de sentir
E os dedos param de dançar
E já não há música
Não há palavras
Nem letras a flutuar
Ficam mudas
Invisíveis
Amarfanhadas
Ninguém as pode alcançar
E o vento não as leva para aquele lugar
Aquele …
Que cada um guarda em si
No seu peito
Do seu jeito
No seu abrigo
No seu sentir
Sílvia Mota Lopes
sábado, 28 de julho de 2012
A Asa ( escrito agora)
Naquele
trilho deserto
Onde o verde
ainda verdeja
Encontrei uma
asa no chão
Perdida sem
nome
Não uma asa
de ave
Não uma asa
qualquer
Uma asa
nunca vista
Neste mundo
de homem só
Iluminada
envolta de brilho
Que cega a
quem passa
Não estava
suja, nem tinha pó
Toquei para a
sentir
E o cheiro
que emanava
Não era perfume,
nem jasmim
Era algo que
nos transcende
Nunca senti
cheiro assim
Ela levitou e
por instante
Encaixou, colou em mim
Fiquei um
pouco assustada
Mas mediante
algo tão belo
Não havia mal
que me fizesse
Mas…para que
serve uma asa apenas?
Perguntei, pensei para mim
Só com ela
não posso voar
Percorri mais
uns passos
Desta vez
mais certos
Mais à frente
avistei
Um outro viajante
Também ele
com uma asa só
Acelerei o
passo
E quando
estava ao seu lado
Olhei para
ele
E ele
olhou para mim
Deu-me a mão
sem dizer palavra
E eu, palavra
não lhe dei
E Mudos de mãos dadas
Começamos a
andar ao mesmo compasso
Como se
fossemos um só
As asas
começaram a bater
Mais rápido
que o vento
Voamos quase
sem dar por isso
Percorremos o mundo
Depois de o
vermos de perto e de longe
De chorar e
de sorrir
Até se tornar
cada vez mais pequenino
Voamos cada
vez mais para longe
Felizes por
partir
Sílvia Mota Lopes
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Bale ao longe a cabra
balindo não se cala
espera a fome
pelo alimento que tarda a vir
Cheio de gente
vai o comboio
anda aos soluços
desespera
e ainda bale a cabra
ao longe bale
A fome já não espera
e já não bale a cabra
e a cabra mais não bale
E agora o que há para vir?
O comboio parte atulhado de gente
e já não há cabra para parir
Sílvia Mota Lopes
balindo não se cala
espera a fome
pelo alimento que tarda a vir
Cheio de gente
vai o comboio
anda aos soluços
desespera
e ainda bale a cabra
ao longe bale
A fome já não espera
e já não bale a cabra
e a cabra mais não bale
E agora o que há para vir?
O comboio parte atulhado de gente
e já não há cabra para parir
Sílvia Mota Lopes
sexta-feira, 20 de julho de 2012
escrito de fresco:)
As palavras afundam-se na terra
Vagueia apenas o pensamento
Voa com o orvalho da manhã
Enquanto o ar frio da noite espera
Toca na nuvem
Naquele vazio
Na gota em queda
Batendo pesada no vidro
Faz sorrir a madrugada
Que o dia se faz longe
Abraçando forte
O corpo enfraquecido
E por um instante
A alma vence
Um corpo por si vencido
Pés descalços pela rua
De alma despida
Quase nua
Menina de saia rodada
Que outrora andava à roda
Agora travada e curta
Sem cheirinho a sabão
Nem a detergente de máquina
Nem tão pouco água limpa
Para lavar o seu coração
Restam as lágrimas caídas
Salgadas como as ondas do mar
E aquela dor forte no peito
Que suplica para cessar
Resta aquela lembrança
De um passado criança
Deitada sobre as pedras da rua
Menina quase nua
Coberta de folhas secas mas húmida
Desfalece tentando embalar a dor
E de súbito ouve aquela melodia
Que um dia a fez sonhar
É a voz de um anjo que já viu partir
E de mãos dadas…
Partem os dois a sorrir
terça-feira, 17 de julho de 2012
Entre a vida e a morte
A vida
Que da morte fala
Pergunta
Naquela voz tão pequenina
Que de pequenina se trata
Da fragilidade do que somos
Da força que encontramos
No sorriso dos seus olhos
Confortando a nossa alma
Um dia chega
Para a questionares
A vida é assim
Sem respostas
Ou respostas que não vos convencem
Apesar de que os grandes pensam
O oposto
Tão convencidos de convencer
E tu
Sem saberes
Sem fazer sentido
Queres que viva
Simplesmente
domingo, 15 de julho de 2012
Pinto
Pinto naquela
tela
Um traço
Um pedaço de
mancha
Um fio que se
estende
Sobre aquela
textura branca
As cores
sobrepostas
Formam seres
A visão onírica
Sem querer
Embrenha-se na
realidade
Das coisas
Do absurdo
surdo
Mouco de
sentido
Procuro
Entre restos
de cor e linhas baralhadas
A essência
A base
O conteúdo
Entre
lágrimas de chuva
Sorrisos de
sol
Terras secas
Terras
molhadas
Tocando na
lua
Tocando no
chão
Emerge na
tela
Perde-se no
tempo
Nas palavras
Na tela não
Sílvia Mota
Lopes
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Só tu
Sinto aquele abraço apertado
sufocando-me de amor
Aquele sorriso perfeito
no momento de o ser
Do olhar cheio de brilho que cega
a palavra para não ver
Aquele íntimo sereno
da certeza de seres
para mim o amor mais lindo
de alguém que o quis viver
Sílvia Mota Lopes
Escrito de fresco:)
sufocando-me de amor
Aquele sorriso perfeito
no momento de o ser
Do olhar cheio de brilho que cega
a palavra para não ver
Aquele íntimo sereno
da certeza de seres
para mim o amor mais lindo
de alguém que o quis viver
Sílvia Mota Lopes
Escrito de fresco:)
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Um dia...
naquele azul
cinzento o mar
onde a espuma
branca beija a areia
e a luz que o longe traz
relembra o pedaço
da inocente brincadeira
pés descalços sobre o manto
húmido da noite que ousou
chorar
gemidos soltos de dia ao vento
escondem a fome
que um dia...
se atreveu a chegar
Sílvia Mota Lopes
cinzento o mar
onde a espuma
branca beija a areia
e a luz que o longe traz
relembra o pedaço
da inocente brincadeira
pés descalços sobre o manto
húmido da noite que ousou
chorar
gemidos soltos de dia ao vento
escondem a fome
que um dia...
se atreveu a chegar
Sílvia Mota Lopes
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Encontro aquele livro em branco
Na prateleira da estante
Seguro-o na mão e no pensamento
Cheiro as folhas…
Inspiro por segundos
Cheiram a poemas não escritos
A palavras soltas
De um poeta sem nome
Naquelas páginas feitas de espuma
Lavo a alma
Perfumo
A simplicidade do eu
Do tu
O poeta sem nome mergulha
Procura o silêncio da noite
A existência do dia
Emerge a música que embala a razão
A emoção que alimenta a alma
E o poeta sem nome
Materializa-se em pedaços de papel
Amarrotados pelo tempo
Em páginas brancas de espuma…
Esquecidos na prateleira da estante
À espera que um dia
O poeta sem nome
Seja lembrado
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Quando olho pela janela....
Olho pela janela
As ondas bailam ao som do vento
Ao longe um barco à vela
E os meninos tristes vestidos de areia
Brincam contentes com as pérolas do mar
As estrelas lá do céu dormem acordadas à espreita
Daquela canção a mais bela
Aquela canção de embalar
Olho pela janela
vejo a areia a ser beijada pelo mar
E naquele toque tão lindo
vejo-a indefesa corar
Que mais vejo eu
quando olho pela janela?
O majestoso sol a esconder-se
Para ver a lua acordar
Sílvia Mota Lopes
sábado, 9 de junho de 2012
Vagueando pelas palavras
Vagueias por entre as palavras
descansas no rochedo firme
tentas proteger o teu corpo frágil
queres alcançar para além de ti
mas está longe
o teu olhar apenas consegue ver ao perto
fechas os olhos no escuro
o pensamento persiste
não tem distâncias
pode ir onde tu quiseres
mas acaba por adoecer
resta apenas um corpo dormente de dor
o pensamento deixa de existir
tal como a razão e o sentir
deixas
um rasto de vida
não és tu por inteira
mas fica qualquer coisa
embora pareça coisa pouca
pode dar vida a uma nova vida
e essa sim nunca
morre
Sílvia Mota Lopes
descansas no rochedo firme
tentas proteger o teu corpo frágil
queres alcançar para além de ti
mas está longe
o teu olhar apenas consegue ver ao perto
fechas os olhos no escuro
o pensamento persiste
não tem distâncias
pode ir onde tu quiseres
mas acaba por adoecer
resta apenas um corpo dormente de dor
o pensamento deixa de existir
tal como a razão e o sentir
deixas
um rasto de vida
não és tu por inteira
mas fica qualquer coisa
embora pareça coisa pouca
pode dar vida a uma nova vida
e essa sim nunca
morre
Sílvia Mota Lopes
Anjo azul
Anjo Azul
que fazes aqui tão perto de tudo
tão perto do nada?
O que há para além de ti
para além das tuas asas?
Da tua boca ouço o silêncio de um sorriso
nada me dizes?
nada tens para me dizer?
Que escondes nas tuas asas
para além do cheiro do mar?
vejo-as iluminadas por uma luz que faz cegar
Sinto o coração bater mais forte prestes a explodir
Porque me fazes isso anjo azul?
Por favor deixa-me dormir
Aguardas a voz de um ser pequenino
fico muda perante ti
Não és tu um ser divino?
Fico à espera aqui por ti
Sílvia Mota Lopes
que fazes aqui tão perto de tudo
tão perto do nada?
O que há para além de ti
para além das tuas asas?
Da tua boca ouço o silêncio de um sorriso
nada me dizes?
nada tens para me dizer?
Que escondes nas tuas asas
para além do cheiro do mar?
vejo-as iluminadas por uma luz que faz cegar
Sinto o coração bater mais forte prestes a explodir
Porque me fazes isso anjo azul?
Por favor deixa-me dormir
Aguardas a voz de um ser pequenino
fico muda perante ti
Não és tu um ser divino?
Fico à espera aqui por ti
Sílvia Mota Lopes
Desenhei...
Desenhei um sorriso no céu
para o veres
segredei ao vento
para o sentires
toquei no sol
para te aqueceres
às ondas do mar
para te embalarem
à escuridão para não teres medo
pedi à lua
para te adormecer
e ao tempo
para o esqueceres
Sílvia Mota Lopes
para o veres
segredei ao vento
para o sentires
toquei no sol
para te aqueceres
às ondas do mar
para te embalarem
à escuridão para não teres medo
pedi à lua
para te adormecer
e ao tempo
para o esqueceres
Sílvia Mota Lopes
Desejo mais introverso
Desejo mais introverso
Uma lambeta
para o menino
pode não parar de chorar
que chore!
chora menino
chorar lava a alma
lava a mente
faz-te ser homem
faz-te ser gente
Lambe eta
Que dizes!
essssta!!!!
Aprende que não duro sempre
Sílvia Mota Lopes
Uma lambeta
para o menino
pode não parar de chorar
que chore!
chora menino
chorar lava a alma
lava a mente
faz-te ser homem
faz-te ser gente
Lambe eta
Que dizes!
essssta!!!!
Aprende que não duro sempre
Sílvia Mota Lopes
Pedaços de vida
Mergulho
em lembranças
percorro o passado
passo a passo
para nada perder
mas o tempo
é efémero
cúmplice
de uma memória
curta
enfraquecida
prestes a esquecer
vejo...
sinto os pés descalços
beijando o chão
perdendo-se em memórias soltas
viajando com o tempo
querendo a sua mão
procurando um passado
quase esquecido
envelhecendo
o presente que lhe dá sentido
caminhando para um amanhã incerto
por isso nesta inquietude
não penso
sinto
por isso recordo
vivo
alimento a minha insaciável alma
confortando-a
com pedaços de vida
que lhe dão mais sentido
Sílvia Mota Lopes
em lembranças
percorro o passado
passo a passo
para nada perder
mas o tempo
é efémero
cúmplice
de uma memória
curta
enfraquecida
prestes a esquecer
vejo...
sinto os pés descalços
beijando o chão
perdendo-se em memórias soltas
viajando com o tempo
querendo a sua mão
procurando um passado
quase esquecido
envelhecendo
o presente que lhe dá sentido
caminhando para um amanhã incerto
por isso nesta inquietude
não penso
sinto
por isso recordo
vivo
alimento a minha insaciável alma
confortando-a
com pedaços de vida
que lhe dão mais sentido
Sílvia Mota Lopes
Pinto palavras
Pinto palavras
pequenas
do meu tamanho
minúsculas
microscópicas
palavras pintadas
no banho
palavras sem tinta
com devaneio
palavras pintadas de fresco
refrescam na sombra de um texto
leva-me as palavras o vento
com o seu "ar" de movimento
leva-me palavras pequenas
enroladas no seu tempo
voam embaladas
ensonadas
evocando
em desespero
dando voltas e mais voltas
prevendo o tudo e o nada
inquietas
pavorosas
repousam em nuvens
brancas leitosas
Sílvia Mota Lopes
pequenas
do meu tamanho
minúsculas
microscópicas
palavras pintadas
no banho
palavras sem tinta
com devaneio
palavras pintadas de fresco
refrescam na sombra de um texto
leva-me as palavras o vento
com o seu "ar" de movimento
leva-me palavras pequenas
enroladas no seu tempo
voam embaladas
ensonadas
evocando
em desespero
dando voltas e mais voltas
prevendo o tudo e o nada
inquietas
pavorosas
repousam em nuvens
brancas leitosas
Sílvia Mota Lopes
A noite não é escura
Há momentos assim
onde a palavra fica esquecida
no olhar tudo acontece
a expressão aquece a noite fria
olhando sem tocar
despindo-lhe a pele
deixando-a nua
a alma transparece
cora em silêncio
a noite
já não é escura
Sílvia Mota Lopes
onde a palavra fica esquecida
no olhar tudo acontece
a expressão aquece a noite fria
olhando sem tocar
despindo-lhe a pele
deixando-a nua
a alma transparece
cora em silêncio
a noite
já não é escura
Sílvia Mota Lopes
Sentada esperando
Sentada num banco esperando
estava eu e mais uns tantos
olhares descontentes
rostos fatigados pelo tempo
bocas ansiosas por expelir
palavras de mágoa e lamento
corpos que até nos pesam
só de os olhar
olhares pensativos
desconcertantes
olhares lamentosos
que choram sem chorar
mas o meu olhar
fixo em não se fixar
inquieto
sorria apenas
e dando tempo ao tempo
as bocas começaram a abrir
olhares cruzados
numa encruzilhada
procurando ser consolados
e consolar
eu apenas escutava
o que tanto queriam dizer
rostos cansados cheios de mágoa
procurando apenas sobreviver
Sílvia Mota Lopes
estava eu e mais uns tantos
olhares descontentes
rostos fatigados pelo tempo
bocas ansiosas por expelir
palavras de mágoa e lamento
corpos que até nos pesam
só de os olhar
olhares pensativos
desconcertantes
olhares lamentosos
que choram sem chorar
mas o meu olhar
fixo em não se fixar
inquieto
sorria apenas
e dando tempo ao tempo
as bocas começaram a abrir
olhares cruzados
numa encruzilhada
procurando ser consolados
e consolar
eu apenas escutava
o que tanto queriam dizer
rostos cansados cheios de mágoa
procurando apenas sobreviver
Sílvia Mota Lopes
Outono
Outono
traz a palavra
o livro que não li
a imagem que criei
o amor que ilustrei
o abraço dos teus ramos
o segredo do teu tempo
a luz do teu futuro
o sentido do teu passado
Sílvia Mota Lopes
traz a palavra
o livro que não li
a imagem que criei
o amor que ilustrei
o abraço dos teus ramos
o segredo do teu tempo
a luz do teu futuro
o sentido do teu passado
Sílvia Mota Lopes
Nas asas de um anjo
Nas asas de um anjo
tentas voar
cheirando a humidade
fresca da manhã
o tempo pára
filtras o ar
agarras um pedaço de terra
temperas com a água do mar
anseias tocar no céu
mas o anjo não te leva
apenas...
podes abraçar as montanhas
e fazer amor com elas
Sílvia Mota Lopes
tentas voar
cheirando a humidade
fresca da manhã
o tempo pára
filtras o ar
agarras um pedaço de terra
temperas com a água do mar
anseias tocar no céu
mas o anjo não te leva
apenas...
podes abraçar as montanhas
e fazer amor com elas
Sílvia Mota Lopes
Da minha morte à nascença
Vou ler...beijar as palavras
viajar no imaginário das coisas
dos seres e da natureza
sentir aquela emoção a mais forte
palpitando no meu peito
chilrear melodias
soltar palavras sem jeito
vaguear na noite fria
ululando a minha presença
sentir o quente e o molhado
da minha morte à nascença
Sílvia Mota Lopes
viajar no imaginário das coisas
dos seres e da natureza
sentir aquela emoção a mais forte
palpitando no meu peito
chilrear melodias
soltar palavras sem jeito
vaguear na noite fria
ululando a minha presença
sentir o quente e o molhado
da minha morte à nascença
Sílvia Mota Lopes
Sorrio apenas
Por trás do sorriso
escondo palavras
na névoa do pensamento
agitam-se inseguras
esgotam-se
os sons fico muda
sorrio apenas
resta-me sorrir
ou fechar os olhos para não ver
mas somos mais do que cinco
seis, sete ou até mais
não consigo libertar
são sentidos demais que não me deixam
ou morro para não os sentir
ou vivo para os sentir muito mais
Sílvia Mota Lopes
escondo palavras
na névoa do pensamento
agitam-se inseguras
esgotam-se
os sons fico muda
sorrio apenas
resta-me sorrir
ou fechar os olhos para não ver
mas somos mais do que cinco
seis, sete ou até mais
não consigo libertar
são sentidos demais que não me deixam
ou morro para não os sentir
ou vivo para os sentir muito mais
Sílvia Mota Lopes
borbulhando
Desejas camuflar o teu corpo oco
nessa alcova de paredes frias
já nada te aquece e conforta
nem o ar que respiras
acossado pelo tempo
evanescente pensamento
eis o silêncio esperado
borbulhando
o momento
Sílvia Mota Lopes
nessa alcova de paredes frias
já nada te aquece e conforta
nem o ar que respiras
acossado pelo tempo
evanescente pensamento
eis o silêncio esperado
borbulhando
o momento
Sílvia Mota Lopes
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