terça-feira, 20 de novembro de 2012

a voz do anjo

 

As Palavras de um anjo

Não as ouvi

           Nem tu

O ruido intenso

Não deixa ouvir

        Não ouvem 

        Nem sentem

Parecem máquinas andantes
Sem qualquer valor

Nem tão pouco se sentem

          Homens

              Ausentes de amor

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Tu sabes...

 

Nesta pequena coisa

Mais coisa é dita

Dita é coisa sobre coisa

Coisa que não leva

A coisa alguma

E passamos a vida a dizer coisas

Coisas essas

Que

Nunca deviam ser ditas

Aquelas coisas….

Que coisam

E quando as dizemos

Tornam-se mal ditas

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

E Tu? escrito de fresco:)

 

Pinto o verão

        na parede do meu quarto

o sol já está aqui à

 espreita

sorri  delira  ri

pisca o olho

     parece gente

os seus longos braços luminosos

                abraçam tudo de uma vez

desejam  desvendar um segredo

                  que a Lua deixou ao anoitecer

 

          no recanto do quarto

                  um beijo perdido

                  uma lágrima que seca

                               desenhando a sua forma no chão

       escuto aquela melodia

que

 só o silêncio traz

   Solto um verso  uma poesia

            que um poeta deixou para trás

              e tu ?

                             encontras pedaços de sombra

                           fazes a luz acontecer

                             nesta vida que é incerta

 
 

sábado, 10 de novembro de 2012

:)

 

Olha o vento

Que por aqui passou

Trouxe um segredo

Nunca o desvendou

Trouxe as folhas do outono

Dançando ao seu compasso

Trouxe uma mensagem de amor

Perdida num terraço

Trouxe uma lembrança

Um recado na trança

Trouxe um pedaço de sonho

No sorriso duma criança

 

 

 

Anda...

 

Anda a passo de caracol

O pensamento

Comove

Salta como um sapo para a palavra

 Como move

Mergulha num lago de cor viva

Cora

tal e qual o coração

Há quem o diga

Há quem o sinta

Há quem o siga

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sonho de uma noite para um dia

 
Enquanto amanhece
Ainda dorme o sonho
No caos do tormento dos sentidos
Acorda
Bocejando ainda em circuitos fechados
Na veracidade do dia
Despe a emoção que a razão lhe dita
Mergulha na realidade distorcida
Da alucinação desmedida
De uma vida
                   esquecida


Sílvia Mota Lopes