sábado, 29 de setembro de 2012

 

Adormeces

Mas um toque faz-te sentir

Estremeces

Absorto de prazer

Estontecido com o sono

Entre o sonho e o momento

Fica esquecida

A imagem que não existiu

Lembrado

O corpo que sentiu

O ser que viveu

 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Abandonado

 

Pela rua

Arredando pé

Vejo um velho de rosto esfomeado

De mão morta pedindo esmola

Veste um corpo cansado e sujo

Todo ele imundo!

A sua barba preta e branca

Mostra um passado presente

 Um futuro sem esperança

Mas dança…

Quando vê o sorriso de uma criança

 E sorri ao amor

E cheira uma flor

Porque já há algum tempo não cheira

E adormece

Porque esteve demasiado tempo acordado

E morre...
 Porque ninguém quis que vivesse



 

 

Fala-se do tempo

Fala-se devagar

Emergem as palavras

Procurando um lugar para morar

Fala-se…do ar em movimento

 Das ruas cobertas por mantas de folhas malhadas

Das mágoas, dos desejos em malas guardadas

Dos pássaros que partiram para sul

Faz tempo…

 Deixando vazios os beirais

Sim… partiram os pardais

Não mais se ouviu aquelas melodias

Que enchiam as avenidas

Agora os fios de água desenham o chão

E envolvem-se com a textura da terra

Formam um quadro de natureza viva

 Sobrepondo-se à morte de uma rua deserta

Ainda são amenos os dias

Mas as noites dada vez mais frias

E a paz do tempo

Amadura

Na alma do poeta

domingo, 23 de setembro de 2012

Pede tu ao vento

 
Pede tu ao vento
já desisti de lhe falar
enlouquece por vezes
nada o faz parar
é triste e fria a noite
mas envolvente quando ele chega
e nos seus braços
embala-me docemente
fecho os olhos
para o sentir
o meu corpo cansado adormece
percorro lugares e gentes
que nunca vi
mas...ao mesmo tempo
num tempo que desconheço
já o vivi

sábado, 22 de setembro de 2012

Sem título:) Não é o fim do blogue...é o fim e o começo de outra etapa:)

 

Para um búzio do vento e searas de versos:)


Vou-te contar um segredo
Não é doce nem salgado
É leve como a pena de um pássaro
Tem cheirinho a sonhos
É como um abraço apertado
Na hora de chegar
É a magia acontecer
Num búzio do vento
Que nos faz sonhar
E pelas searas de versos
Lá podes encontrar
Poemas brilhantes
Mais que diamantes bailando no ar
É uma ideia acesa
É uma planta a crescer
É uma forma de vida
Que vimos nascer





quinta-feira, 20 de setembro de 2012

S de Sílvia:)


                                            Fiz um poema
                                Não fala de ti
                        Nem da estrela
                       Que olha a sorrir lá do alto
                             Onde mora
                                      Fiz um poema
                                              Não fala de medo
                                                      Nem do pesadelo
                                                   Que à noite me acorda
                                                    Fiz um poema
                                                   Que fala de nós
                                               Da felicidade
                                      De não estarmos sós
                                  Fiz um poema
                               Que não chora
                           Apenas sorri
                   Aqui e agora

terça-feira, 18 de setembro de 2012

 

Poema revestido de pétalas
Aromatizas as vidas solitárias
Essas que habitam em casas sem janelas
E portas vedadas
Desbloqueias os desejos mais tenebrosos
Soltas a brisa da manhã
E a noite de quem por ti espera
Serás pássaro louco
Ou nascido há pouco
Que ainda não sabe voar
Poema… em silêncio espero
Sentada na berma
De olhos fechados
Para me salvares
E se não vieres ao meu encontro
Resta-me o outro ombro…
Para me reconfortar

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

É assim o Setembro


Uma ansiedade enorme
Visita-me de novo
É sempre assim em Setembro
Nem é chuva nem é vento
Incerto é o tempo
Adormeço aos soluços
E acordo num sopro
Passa a hora
Passas tu 
Estou incerta no momento
O tempo corre diferente
Sou eu
És tu
E um mar de gente
Setembro
É sempre assim …
Desde que me lembro!


sábado, 8 de setembro de 2012

A nossa cidade

A cidade veste-se de branco
as luzes são como estrelas
que sorriem ao acordar
Invade uma atmosfera iluminada
naquela que é a nossa cidade
de todas a mais bela
essa Bracara sem idade


Sílvia Mota Lopes
escrito de fresco:)