segunda-feira, 24 de setembro de 2012

 

 

Fala-se do tempo

Fala-se devagar

Emergem as palavras

Procurando um lugar para morar

Fala-se…do ar em movimento

 Das ruas cobertas por mantas de folhas malhadas

Das mágoas, dos desejos em malas guardadas

Dos pássaros que partiram para sul

Faz tempo…

 Deixando vazios os beirais

Sim… partiram os pardais

Não mais se ouviu aquelas melodias

Que enchiam as avenidas

Agora os fios de água desenham o chão

E envolvem-se com a textura da terra

Formam um quadro de natureza viva

 Sobrepondo-se à morte de uma rua deserta

Ainda são amenos os dias

Mas as noites dada vez mais frias

E a paz do tempo

Amadura

Na alma do poeta

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