Fala-se do tempo
Fala-se devagar
Emergem as palavras
Procurando um lugar para morar
Fala-se…do ar em movimento
Das ruas cobertas por
mantas de folhas malhadas
Das mágoas, dos desejos em malas guardadas
Dos pássaros que partiram para sul
Faz tempo…
Deixando vazios os
beirais
Sim… partiram os pardais
Não mais se ouviu aquelas melodias
Que enchiam as avenidas
Agora os fios de água desenham o chão
E envolvem-se com a textura da terra
Formam um quadro de natureza viva
Sobrepondo-se à morte
de uma rua deserta
Ainda são amenos os dias
Mas as noites dada vez mais frias
E a paz do tempo
Amadura
Na alma do poeta