Naquele
trilho deserto
Onde o verde
ainda verdeja
Encontrei uma
asa no chão
Perdida sem
nome
Não uma asa
de ave
Não uma asa
qualquer
Uma asa
nunca vista
Neste mundo
de homem só
Iluminada
envolta de brilho
Que cega a
quem passa
Não estava
suja, nem tinha pó
Toquei para a
sentir
E o cheiro
que emanava
Não era perfume,
nem jasmim
Era algo que
nos transcende
Nunca senti
cheiro assim
Ela levitou e
por instante
Encaixou, colou em mim
Fiquei um
pouco assustada
Mas mediante
algo tão belo
Não havia mal
que me fizesse
Mas…para que
serve uma asa apenas?
Perguntei, pensei para mim
Só com ela
não posso voar
Percorri mais
uns passos
Desta vez
mais certos
Mais à frente
avistei
Um outro viajante
Também ele
com uma asa só
Acelerei o
passo
E quando
estava ao seu lado
Olhei para
ele
E ele
olhou para mim
Deu-me a mão
sem dizer palavra
E eu, palavra
não lhe dei
E Mudos de mãos dadas
Começamos a
andar ao mesmo compasso
Como se
fossemos um só
As asas
começaram a bater
Mais rápido
que o vento
Voamos quase
sem dar por isso
Percorremos o mundo
Depois de o
vermos de perto e de longe
De chorar e
de sorrir
Até se tornar
cada vez mais pequenino
Voamos cada
vez mais para longe
Felizes por
partir
Sílvia Mota Lopes
Somos viajantes de uma só asa...talvez para que, na necessidade de voar, nos aproximemos e conheçamos uns aos outros, na fraternidade, no amor, no acolhimento, na compreensão...
ResponderEliminarObrigado pela visita, Silvia!
Um abraço
Bíndi e Ghost
Um abraço:)
ResponderEliminarLindo...
ResponderEliminarDe facto o talento é muito.
Quem me dera ter uma asa assim... :)
Obrigada António:)
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