domingo, 28 de outubro de 2012

In acabado

 

Findou o livro poético

Mas…

                  a poesia não

Apenas descansam as palavras

Adormecidas cá dentro

Deixo-as sonhar…entretanto

                  no pensamento

                  amaduram

E quando despertarem

Vão voar

             Voar

Do mesmo jeito que o vento

Na brisa do entardecer

 tocando de leve a quem passa

e batendo forte

              a  quem não

            quer ver

 

 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

 

Rama que abana

Em tempo de outono

Queda-se a folha

Amarga-se a alma

Em tempos…

Crianças à solta no campo

Descalças respirando liberdade

 Vivem agora em casas

 Com janelas de arame

Respiram aos golinhos

Tal como os prédios na cidade

E pelas ruas vestidas de folhas

Andam encolhidos aos beijinhos

Os namorados sem idade

E os “velhos” logo de manhã

Matam o tempo

A jogar à sueca

Na sua sábia batota

Dizem um palavrão e soltam uma gargalhada

Porque o tempo pouco lhes diz

ou não lhes diz mesmo nada!